Como doença, é uma infecção do labirinto, seja de origem viral ou bacteriana, que pode evoluir para tontura, mal estar geral, alterações auditivas e desequilíbrio.
Após o seu diagnóstico, a avaliação e tratamento realizado por um otoneurologista é fundamental. A Fisioterapia Vestibular, simultaneamente aplicada, contribui significativamente com a melhora dos sintomas.
É importante ressaltar que o termo “labirintite” não pode ser usado para rotular todos os tipos de problemas do labirinto. Existem, aproximadamente, trezentos tipos de disfunções vestibulares, com quase duas mil causas distintas. Portanto, cada caso precisa ser investigado por uma equipe de profissionais preparados, para que o paciente seja conduzido ao tratamento mais indicado, com chances de recuperação funcional e qualidade de vida.
Essa disfunção acomete 10% da população mundial e está classificada em dois tipos distintos:
Rotatória (vertigem): Quando o paciente relata que tudo gira ao seu redor. Essa sensação acontece durante atividades simples do dia a dia, como olhar para cima ao pegar um prato no armário ou ao deitar-se na cama.
Não-rotatória: Neste caso, o paciente não se queixa da sensação de que tudo gira ao seu redor, mas sente a sua “cabeça pesada”, além da instabilidade postural ou mal estar geral.
O quadro de ansiedade, muito comum nas pessoas com disfunções vestibulares (labirinto), pode contribuir para uma piora dos quadros de tontura e, até mesmo, dificultar o tratamento.
Em alguns casos, o quadro pode evoluir com a cinesiofobia (receio de fazer movimentos com a cabeça e o corpo, por medo de sentir dor). Uma das principais metas da Fisioterapia Vestibular é combater esses sintomas e recuperar os movimentos que ficaram comprometidos.
Mesmo sem doenças, o envelhecimento pode comprometer a funcionalidade dos órgãos e sistemas do corpo humano. O sistema nervoso central (SNC – cérebro, nervos, etc) funciona como um grande processador das informações que chegam dos sistemas vestibular (labirinto), visual e somatossensorial (estímulos corporais originados nos músculos, articulações e pele), para oferecer o melhor na estabilidade corporal.
Durante o envelhecimento ocorre um atraso no processamento desses sinais periféricos e centrais, que culmina em limitações funcionais severas, levando alguns casos ao desequilíbrio e à temida queda.
Os esforços da avaliação funcional realizados com os recursos da Fisioterapia Vestibular especializada permitem a detecção de limitações funcionais e incapacidades sensório-motoras dos pacientes de forma individualizada, baseada em suas habilidades mais prejudicadas. Dessa forma, seguindo protocolos reconhecidos e validados internacionalmente, é que surge um diagnóstico funcional racionalmente preciso e com uma oferta de tratamento direcionado para cada paciente. É o que chamamos de personalização do tratamento.
É muito comum confundir migrânea (popularmente conhecida como enxaqueca) com dor de cabeça. Entretanto, a dor é apenas um dos sintomas da doença e pode ou não estar presente durante as crises.
Os pacientes que sofrem de migrânea clássica (com maior predominância em pessoas do sexo feminino) possuem 32% de chances de desenvolver a migrânea vestíbulo-coclear. Neste tipo de enxaqueca podem surgir, também, outros sintomas como vertigem, náusea, hipersensibilidade à luz nos olhos, desequilíbrio e perda auditiva, mesmo sem a dor de cabeça.
Um dado importante é a história de enxaqueca na família. Quando detectada em tempo hábil, inclusive o número de crianças com esse quadro é considerável, o trabalho conjunto de otoneurologistas, neurologistas, nutricionistas/nutrólogos e fisioterapeutas vestibulares pode trazer resultados excelentes no controle dos sinais e sintomas, com impacto positivo na qualidade de vida dessas pessoas.